Can Dialectics Break Bricks?

domingo, 24 de junho de 2007

[d14]

Segue abaixo a sinopse de três livros citados em sala indicados por Frederico Canuto
A COMUNIDADE QUE VEM de Giorgio Agamben
Após a experiência devastadora que esvaziou, à escala planetária, instituições, crenças, ideologias, identidades e comunidades, o pensamento - sobretudo o pensamento político - está pela primeira vez confrontado, sem ilusão alguma, com o dever de penetrar no coração do tempo e da história e estabelecer as categorias políticas que estejam à altura do presentes. Para dar expressão à matéria política com que estamos confrontados, Giorgio Agamben propõe neste livro que se articule o lugar, os modos e o sentido da experiência do presente numa forma de comunidade que subsuma uma ética e uma política à altura do nosso tempo: a comunidade que vem.
MULTIDÃO de Michael Hardt e Antonio Negri
“Pela primeira vez, emerge hoje a possibilidade da democracia a uma escala global. Este livro trata dessa possibilidade, daquilo a que chamamos o projecto da multidão. O projecto da multidão não só exprime o desejo de um mundo de igualdade e de liberdade, não só reclama uma sociedade democrática global aberta e inclusiva, mas fornece também os meios da sua realização. Tal é a conclusão do nosso livro, que no entanto não poderá tomá-la por ponto de partida.”(Do prefácio dos autores)
IMPÉRIO de Michael Hardt e Antonio Negri
É bem possível que o imperialismo tal como o conhecemos não tenha de facto sobrevivido, mas o Império, em contrapartida, está vivo e bem de saúde. Constitui mesmo, assim o demonstram Michael Hardt e Antonio Negri nesta sua tão discutida obra, a nova ordem política da globalização. É fácil notar as transformações económicas, culturais e jurídicas, que hoje em dia ocorrem um pouco por todo o lado. Mais difícil porém é compreendê-las. Os autores deste livro mantêm que elas devem ser interpretadas em função da compreensão histórica que podemos ter do Império, enquanto ordem universal que não aceita fronteiras nem limites. E mostram-nos como este Império emergente difere no fundamental do imperialismo de raiz europeia ou da expansão capitalista de antanho. Sendo que hoje se baseia, em boa parte, em alguns elementos do constitucionalismo norte-americano, com a sua tradição das identidades híbridas e de uma fronteira em permanente expansão. Hardt e Negri afirmam ter ocorrido uma mudança radical em certos conceitos que formam a base filosófica da política moderna, como os de soberania, nação e povo. E articulam essa transformação filosófica com as mudanças de natureza cultural e económica da sociedade pós-moderna – com as novas modalidades do racismo, as novas concepções da identidade e da diferença, os novos sistemas de comunicação e controlo, as novas vias da emigração. Mais do que uma simples análise, Império é uma obra-prima de filosofia política e assume-se como uma verdadeira utopia. De certo modo, é um novo manifesto comunista. Procurando ver para além dos regimes de exploração e vigilância que caracterizam a nova ordem internacional, tenta encontrar um paradigma político alternativo, que sirva de base a uma sociedade global verdadeiramente democrática.


O TEXTO
[CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidadãos. Conflitos Multiculturas da Globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999. p.271-290].
A tensão entre modernidade e as críticas aos processos de como vem se dando a globalização e consumo definem por onde tem passado a cultura contemporânea. O pensamento e o comportamento social vêm mudando pela forma de como as indústrias de cultura moldam ou desprezam o multiculturalismo. O consumo, considerado por Canclini o carro-chefe dessas transformações culturais, é que vai definir como o homem se integra e se diferencia numa sociedade que tende a se reorganizar socialmente a partir de novas identidades culturais criadas. Canclini critica que decisões políticas e econômicas tomadas em função do consumo imediato na era da globalização desprezam principalmente a memória de uma nação e a condição de aquisição de bens globalizados por parte de países menos favorecidos financeiramente.
Homogeneização de culturas defini a globalização, pois trata-se de diversas culturas das mais variadas nações e setores que são disseminadas em outras, porém esse processo tem-se dado normalmente dos mais favorecidos para os mais pobres, sua identidade cultural tem sido modificada através da necessidade cultural dos grupos e países superiores. Mas mesmo em meio a toda essa pressão, existe uma sociedade civil, manifestações e apropriações espontâneas que ainda marcam a vida de diversos grupos e movimentos. Porém, apesar de todo esforço, o que vale é “a lei do mais forte”, que empurra garganta abaixo suas referências culturais, ocasionando a irreversível perda de certos valores da já existente identidade local. Assim, incertezas e imprecisões são geradas por esse estreitamento voraz entre cidadania e práticas de consumo.
O autor ainda critica a homogeneização cultural que é estimulada pela comunicação de massa indo contra o ideal de manipulação absoluta dos teóricos da Escola de Frankfurt. Ele ainda reconhece que há “contágio” cultural tanto da cultura popular na cultura de massa quanto o contrário, o que modifica sua identidade cultural aproximando-as de uma homogeneização. Determinismos e preconceitos no que tende à polarização entre cultura hegemônica e subalterna nos faz compreender tal fenômeno cultural. Para Canclini, o multiculturalismo global está centrado na forma como as práticas culturais e de cidadania se apresentam, ou seja, como instâncias imprescindíveis e determinantes da realidade social.
Canclini, mais do que alertar sobre os perigos de uma globalização efervescente, nos embasa de informações a fim de nos deixar outras leituras sobre esse fenômeno. Tudo isso por ele ter reconhecido a existência de uma cultura viva, dinâmica e repleta de sincretismo e ter percebido os valores de consumo que se incorporaram à cultura e à vida social.
Portanto, às vezes, nós meros consumidores, somos movidos a costumes e prazeres, atributos que nos tornam capazes de convertermo-nos em cidadãos, e que propicia reconsiderar a cidadania remodelando-a de um ato abstrato para um contexto prático de democracia e justiça.

ANOTAÇÕES
Fred: “Antropólogo das entidades coletivas”.
Fred: “Consumo e antropologia”.
Marron: “O mais importante é o que se acessa”.
Marron: “Sociedade vigiada” _ Empresas colhem informações sobre quem contratar vasculhando na internet.
Fred: “Mercado Imobiliário = cultura burocrática”
Fred: “Bienal Como Viver Junto deveria aproximar as pessoas, mas não possuiu uma narrativa de projeto que expressasse como viver junto a partir da própria organização da bienal”.
Fred: “Multiculturalismo é muitas culturas, mas não quer dizer que serão compartilhadas”.
Fred: “Consumidor e cidadão => palavras quase paradoxais, mas que tendem a viver junto”.
Empresas já se organizam internacionalmente, mas sociedade civil ainda não seguiu esse caminho?!?
Fred: “A internet propicia ao indivíduo, em casa, no quartinho, no computador, de se organizar em uma nova sociedade capaz de reivindicar seus direitos”.
Fred: “Por que Koolhaas trabalha com design de informação?”
História do PUNK no Brasil
Fred: Como as pessoas participam hoje das coisas? Experiência coletiva individualizada
*Historinha do Marron [filme: Uma Mente Brilhante]: Tinha três homens e quatro mulheres numa festa. Uma mulher loira linda e três morenas feias. Os três homens tentaram chegar junto na loira e deixaram as morenas de lado (que foram embora em seguida), porém pela desordem ao chegarem à loira ela deu um pé-na-bunda de cada um e ninguém pegou ninguém nessa festa. Teoria dos Jogos: Se cada homem tivesse ficado com uma morena feia apenas pra curtir a festa deixando a loira de lado, depois ainda teriam oportunidade de trombar com ela na rua e ainda dar em cima dela.
Fred: “Em show de rock, pensa-se no show. Enquanto em passeatas, alguns não sabem o que fazem ali. Não existe nem um elemento que prenda sua atenção ali”.
Fred: “Como a experiência coletiva torna-se festa”?
Fred: “Espaço arquitetônico pode propiciar o coletivo”.
Fred_Orquestra Sinfônica_Parque Municipal_Cadeiras sendo aproximadas do palco.
Fred: “Tribo é excludente por natureza, diferente de BLOG”.

BIOGRAFIA
Néstor García Canclini (1939)
Néstor García Canclini é argentino, antropólogo e estudou também letras. Doutorou-se em 1975 pela Universidad Nacional de La Plata e, tres anos depois, pela Universidade de París. Foi docente da Universidad de La Plata (1966-1975) e na Universidad de Buenos Aires (1974-1975). Desde 1990, é professor e pesquisador investigador da Universidad Nacional Autónoma de México, Unidade Iztapalapa, onde dirige o Programa de Estudios sobre Cultura. Foi professor das universidades de Stanford, Austin, Barcelona, Buenos Aires e da USP. Já publicou cerca de 20 livros sobre estudos culturais, globalização e imaginação urbana e seu livro Culturas Híbridas (1995) foi escolhido para receber o primeiro premio do concurso Íbero Americano por ser considerado o melhor livro sobre a América Latina. No Brasil, encontramos as seguintes obras traduzidas, entre outras: Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da Modernidade, 2ª ed. Martins Fontes, São Paulo, 1998; Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globalizacao, Ed. UFRJ, 4. ed., Rio de Janeiro, 1999; Culturas da Ibero-américa. Editora Moderna,2003; Consumidores e cidadãos, UFRJ Editora, 2005.

SITES RELACIONADOS AOS ASSUNTOS TRABALHADOS EM SALA
http://www.mcdonalds.com.br/home/
http://www.cocacola.com.br/pt-br/index.jsp
http://www.microsoft.com/brasil/
http://www.nike.com/index.jhtml#l=nikehome&re=LA&co=LA&la=PT
http://www.hollywood.com/

SITES CONTENDO NOTÍCIAS RELACIONADOS AOS ASSUNTOS DISCUTIDOS EM SALA
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1510200519.htm
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2002200526.htm
http://jn.sapo.pt/2006/02/02/opiniao/multiculturalismo.html
http://blog.liberal-social.org/o-multiculturalismo-e-a-derrota-da-modernidade
http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?mat=6677
http://www.patiopaulista.sp.gov.br/vernoticia.do?noticia=415
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2004/04/21/jorcab20040421003.html
http://www.midiativa.tv/index.php/midiativa/content/view/full/799
http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=105629
http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_viva/noticias/na_midia/index.php?p=11348&more=1&c=1&pb=1

Um comentário:

Douglas disse...

Poxa vida!!! Como ficou bom esse documentário!!! Hehehe

notas sobre a produção de teorias urbanas quaisquer

sobre fazer teoria .Como se conhece .O que é especular ou hipóteses .Como racionalizar .Sobre teoria e prática ou a importância da consideração do fenômeno teórico como histórico presentificável .Quem formula uma teoria sobre o Urbano .Potências [in]disciplinares .Virtualidade e Transdução .Dialética e Gradações: necessidades da realidade .vida cotidiana .Urbanismo .Sobre valores .Festa .[bio]Potência [...]quaisquer?

sobre [panf]letagens [2sem2009]

usar a palavra-chave dada a partir dos seguintes textos como ponto de partida para produção de um construto
01. Kitchen Stories [direção: Bent Hammer] + ABALOS, I. O que é Paisagem = paisagens íntimas
02. KOOLHAAS, R. Cidade Genérica + KOOLHAAS, Rem. Vida na Metrópole ou a Cultura da Congestão = fantasias genéricas / congestão genérica
03. TSCHUMI, B. O Prazer da Arquitetura IN: NESBIT, K. Uma Nova Agenda para a Arquitetura = funcional / inutilidade
04. VIDLER, A. Teoria do Estranhamento Familiar IN: NESBIT, K. Uma Nova Agenda para a Arquitetura = roberto / dessimbolização
05. MAAS, W. FARMAX = leveza
06. NEGRI, A, HARDT, M. Multidão = maria de fátima
07. FLUSSER, V. Design: Obstáculo para a remoção de Obstáculos IN: _______. O Mundo Codificado = reciclagem / sofá
08. GANZ, Louise. Lotes Vagos na Cidade: Proposições para Uso Livre IN: ____ SILVA, B. Lotes Vagos = beleza
09. CRIMP, Douglas. Isto não é um Museu IN: _________. Sobre as Ruínas do Museu = coleção de museu / admiração imparcial
10. WEIZMAN, Eyal. Desruição Inteligente IN: v.v.a.a. 27a Bienal de Arte de São Paulo. Como Viver Junto = infestação / desparedamento
11. Koolhaas Houselife = funcionalidade
12. CORTEZAO, Simone. Paisagens Engarrafadas = paisagismo marcado
13. BRANDAO, Luis Alberto. Mapa Volátil. Imaginário Espacial: Paul Auster IN: _______. Grafias de Identidade. Literatura Contemporânea e Imaginário Nacional = andarilho
14. CANUTO, Frederico. Notas Sobre Ecologias Espaciais = ecossistemas
15. SANTANA, P. A Mercadoria Verde: A natureza = fotografias verdes
16. Central da Periferia = calypso amazônico / brega
17. BECKER, B. Amazônia: mudanças Estruturais e Urbanização IN: GONCALVES, M.F. et al. Regiões e Cidades. Cidades nas Regiões = fotografias verdes
19. Edifício Master. Direção: Eduardo Coutinho + CANUTO, Frederico. Apto[s], 01qrt, 1sl, 1coz, s/vg. =
20. WISNIK, Guilherme. Estado Crítico =

[d] - 1sem2009 = [doc]01 - 1osem2007 = [doc]

Documentário: Documentar os conteúdos ministrados durante a aula do dia, sendo obrigatório entregar no dia posterior, um arquivo digital contendo:
-fotografias/imagens do que foi escrito nas carteiras ou no quadro negro, bem como as discussões em sala de aula;
-outras imagens podem ser colocadas, porém devem ser relacionadas ao conteúdo da aula;
-um texto como o resumo da aula, podendo ou não conter colocações do aluno-autor;
-biografia dos autores citados em sala de aula [pesquisar no curriculo lattes, wikipedia e outros sites]. Na biografia dos autores citados deve, necessariamente, conter os trabalhos mais relevantes, bem como vínculo a escolas de pensamento;
-indicações de sites relacionados aos assuntos trabalhados em sala [mínimo de 05 links];
-notícias relacionadas ao assunto discutido em sala [mínimo de 05 notícias];

[a]02 - 1osem2007

Apresentações Grupo A: Apresentação para a sala de aula dos seguintes temas:[SURREALISMO]+[DADAISMO]+[FLUXUS], segundo os seguintes critérios mínimos: -exposição do pensamento do grupo e diversas correntes internas, através de seus conceitos; -exposição das diversas modalidades: pintura, escultura, arquitetura...; -período e países onde atou; -principais nomes e respectivos trabalhos; -articulação obra-conceitos-ambiente urbano. Grupo B: Apresentação para a sala dos seguintes temas: [KOOLHAAS01 – Delirous New York+SMLXL]+ [KOOLHAAS02 – Mutations+Project on the City 01+02]+ [KOOLHAAS03 – Content +Reconsidering OMA], segundo os seguintes critérios mínimos: -conceitos; -eviolução de pensamento; -textos e questões trabalhadas; -cronologia dos trabalhos; -articulação obra-conceitos-ambiente urbano.

[ps]03 - 1osem2007 = [ps]

Paisagens Superabundantes: Texto a ser entregue contendo imagens e textos, a partir dos conceitos operativos definidos diariamente na disciplina Teoria Urbana.