Can Dialectics Break Bricks?

terça-feira, 29 de maio de 2007

koolhaas inumano

[fonte: http://oprojecto.blogspot.com/2004_05_01_archive.html]
Há duas frases de Koolhaas que me inquietam. Não por serem dele mas porque se mascaram de veracidade. Representam uma deslocação dos objectivos da arquitectura, um recentrar das preocupações sobre o ambiente construído. Não me interessa citá-las agora. São duas ideias que atravessam todas as intervenções, construídas ou não, de Koolhaas. A primeira dá conta da demissão emocional da arquitectura; a segunda prende-se com a negação do fenómeno estético, assumindo-se como um paradoxo, pois gera uma outra estetização, tão válida ou presente como qualquer outra. Diz o holandês que as pessoas podem habitar qualquer coisa, ser felizes em qualquer coisa e miseráveis em qualquer coisa. Não deixa de ser verdade, o que não permite uma extrapolação genérica. Koolhaas não acredita na emoção. É uma criatura hiper-racional. Um animal do século XXI, da informação sem limite, das redes digitais, da globalização. Mas não deixa de ser um arquitecto. Que produz espaços que irão dialogar com pessoas. E as pessoas não são hiper-racionais, regem-se pela emoção como bem nos vai tentando explicar António Damásio. As criações de Koolhaas aspiram a uma verdade inatacável. Uma pretensão que só os números podem dar. E daí a negação do fenómeno estético da arquitectura, ou o apregoar dessa negação. Koolhaas sabe muito bem que isso é impossível. A Casa da Música é hoje um fenómeno eminentemente estético e emocional. Por isso diz que há uma discrepância entre o que diz e o que faz. Aliás, Koolhaas há muito que se desinteressou da arquitectura. Só a entende à escala urbana e da metrópole. Acredita na grandeza pela grandeza. É hoje um produtor de estudos económicos e sociais. A arquitectura da OMA sobrevive a Koolhaas de um modo totalmente dependente. A OMA não sobrevive sem Koolhaas e Koolhaas não sobrevive sem a OMA (cortesia cscf). Este desinteresse é motivado pela ambição intelectual de Koolhaas. Ambição essa que não pode ser exprimida apenas através da arquitectura, das paredes, da textura, da luz. Precisa de um mapa mundo, com pontinhos e gráficos. Precisa de grandes slogans que são negados após 5 anos por outro da mesma natureza. Porque há sempre a justificação da permanente mutação da geo-política mundial. Tentou a migração para o West Americano. Delirious New York, nos anos 70, causou um impacto considerável. Por lá ficou, convencido a levar à prática as suas ideias. Tentou vários projectos. Todos falharam. E por isso fugiu para o East asiático. Para a China. As afirmações que faz sobre o modelo social chinês são de deixar qualquer um de boca aberta. Diz que a China desenvolveu o «Comunismo com a forma de um Estado que ainda pode fazer sentido». E critica a falta de fundos para as realizações culturais nos EUA, ao mesmo tempo que elogia o governo Chinês pelos seus investimentos (um problema chamado «democracia»?) Pelo caminho, acusa a SOM (que também anda na China a construir), de promover um «colonialismo cultural». Chavão típico de um antiamericano de catálogo (que Koolhaas não é). E, como diz Martin Pedersen, editor da revista Metropolis, «ele (Koolhaas) corre atrás dos dólares como outro arquitecto qualquer». Hoje esses dólares estão na China. Lá vai Rem para a China, com citações de Mao debaixo do braço. Koolhaas transformou-se num pensador, num activista. É um portento. Um permanente desafio à escala global. Será no futuro considerado o maior arquitecto do seu tempo. Mas isso pouco terá a ver com a sua obra construída. Ou talvez não. O problema está no modo de avalização da arquitectura de Koolhaas. Tal como as suas publicações, esta não pode ser avaliada sem um mapa mundo com pontinhos. Cada edifício da OMA insere-se num conjunto, numa rede. Revelam cada um uma pequena parte das preocupações do seu mentor. Mas isolados perdem. O que a arquitectura sempre foi capaz (e continuará a ser) é desprezado: a emoção. A simples fruição espacial, o esquiço ocasional de uma luz furtiva, uma fotografia que envelhece. Nada disto Koolhaas nos desperta. A arquitectura anula-se esmagada pela ambição global do arquitecto. A Casa da Música assume-se como uma obra chave neste panorama. Porque Koolhaas apaixonou-se por aquela forma, aquele objecto. Uma moradia ou um centro de espectáculos, tanto faz, aquela forma fascinou-o. As paredes brancas que já recebem o sol do norte (de sul), que já projectam a sua sombra, provocam em nós uma reacção que Koolhaas apregoa ser inexistente. Eu quero lá saber da Generic City ou do S, M, L, XL: aquele edifício é bonito. É uma experiência estéctica forte, uma revelação com massa, com espessura, com defeitos. Conheça eu ou não o nome de Rem Koolhaas, a Casa da Música será sempre uma peça notável, uma arquitectura que influenciará decisivamente a minha ida ao espectáculo. Por muito que Koolhaas negue isso de uma forma provocatória. Por muito que diga a arquitectura é apenas a concretização de uma ideia puramente racional. Por muitas ideologias. Por muitos mapas mundos com pontinhos. Mas voltemos à ambição intelectual de Koolhaas. Será que se emociona ao ouvir um elogio ingénuo de uma obra sua? Será que, abordado na rua por uma velhota que lhe diz gostar muito da Casa da Música, isso faz alguma diferença? Valoriza Koolhaas esta palavra, gostar? Não sabemos. Construiu-se à volta do seu trabalho uma protecção emocional. Quase intocável como gosta Koolhaas. A sua ambição, o seu desejo, o que o move, é ter razão. É impor, dispor, provar. É colocar-se numa posição exterior à sua condição. Isso passa, inevitavelmente, pela sua expurgação da arquitectura. Ou a sua transformação. Embora a história prove que a arquitectura tem um papel social bastante diminuto (já explico), Koolhaas completa o círculo para a ela voltar, querendo através da arquitectura deixar uma marca física das suas pesquisas.Por isso a sua obsessão com o bigness. Quanto maior for a obra, maior é a transformação social. E com isto quer alterar o mundo. Se o conseguir será o primeiro arquitecto a fazê-lo. Corbusier, que foi indubitavelmente quem mais impacte teve na arquitectura moderna, mudou a arquitectura mas não mundou o mundo. Koolhaas já mudou a arquitectura mas não quer parar por aí. Porque tem a arquitectura um papel social diminuto? Porque a arquitectura pela arquitectura não tem impacto (social) significativo. As considerações sociais são um imperativo arquitectónico, mas só ganham força se forem uma parte num todo transformador. A arquitectura é reacção, é expressão, é sinal. Não é doutrina. O texto que agora termina pode parecer uma reacção negativa à influência de Koolhaas. Talvez seja, mas é motivado por uma inquetação sobre aquilo que nos move a fazer arquitectura. Porque Koolhaas baralhou as regras do jogo. Porque o mundo o obrigou a baralhar as regras do jogo. Não sei se a arte tem de ser tão conformada. Agora que tudo é parametrizável, terá a arte de se submeter a essa avalização? Que ambição é essa? Siza diz sobre Souto Moura que as suas obras nos recebem bem, que tem a certeza que as suas obras nos receberão bem. Afinal, não é este o desígnio da arquitectura?

sábado, 19 de maio de 2007

[d10] - Marcel Duchamp [paris-zurique-new york] + [1887-1968]

documentarista: lanara
conceito: jogo de xadrez
texto: marcel duchamp, engenheiro do tempo perdido [cap01]
autor: pierre cabanne


Pela postura que Marcel Duchamp assume perante seus trabalhos, pode-se entender o que Pierre Cabanne quis dizer ao chamá-lo de “engenheiro do tempo perdido”. Na verdade Duchamp trata-se de um técnico que pretende reexaminar a época em que existia um ritual entorno do que seria arte e sua aura, tentando atualiza-los. Segundo ele, existe um modo científico de se entender o mundo, onde todo e qualquer movimento, pode ser considerado maquínico, matemático e geométrico, portanto desmontável, sendo possível reconstruí-lo e reproduzi-lo, através da pintura, e posteriormente, através de outras técnicas como o cinema.

Marcel Duchamp não se considerava artista, pois pensava que este não fazia nenhuma contribuição para com a vida cotidiana dos outros, já que a obra de arte “só é arte porque está dentro de um museu...”, e esta não possui nenhum propósito social... não salva a vida de ninguém. Para ele, a vida em torno do fazer a obra deve ser minimamente divertida, para ser vivida distraídamente. Se não há diversão é arte, portanto ele não a faz, e por isso não se considera artista. A arte é institucional, e a diversão é a estética da vida no mundo.

“O grande vidro”, obra desenvolvida durante 8 anos, é um exemplo de reatualização de aura a partir da técnica, já que segundo o próprio Duchamp “havia trabalhado anos numa coisa que, voluntariamente, desejava que fosse executada a partir de planos precisos”, um planejamento + execução que foi distribuído através da Caixa Verde, objeto que guardava uma espécie de manual de como se fazer seu próprio Grande Vidro – uma noção aproximada da reprodutibilidade da arte na fotografia e cinema: reprodução, repetição, uso racional de técnicas. Um novo conceito de arte, e de como fazer arte, através de um manual... a formulação de uma técnica.

Duchamp cria um tipo de arte diferente da já existente, que tem como limite o espaço, e transforma este em espaço/tempo, onde sua intenção não é subjetiva e nem interpretativa. Ela é lógica, geométrica e matemática... não é mais arte, e sim outra coisa. Por esta razão, ele não pode ser considerado um dos artistas do século XIX, já que estes pretendiam exprimir alguma idéia ou mensagem subjetiva através de suas obras. Ele produzia sua “arte” através da técnica, de modo puramente científico, como inicialmente nas obras “Nu Descendo uma Escada” e “O moedor de café”, onde Duchamp produz uma realidade desenhada e calculada. São obras de decomposição, desmontagem do movimento, e reconstrução e reprodução a partir da técnica da pintura.

Insatisfeito com o que era produzido como arte em sua época, Marcel Duchamp tentava reatualizar a aura perdida no passado, criando um procedimento onde deveria existir tanto a imagem “retiniana” (pelo olhar), quanto a imagem “olfativa” ou “cerebral” ao se presenciar uma obra de arte. Uma percepção que fosse além do visível, e pudesse comunicar alguma coisa no íntimo de seu expectador.

Quando assina suas obras com pseudônimos, Duchamp se descola de sua própria imagem, criando novos personagens artistas, que no fim são outras pessoas, como nomes e características específicas, sem nenhum sentido subjetivo ou interpretativo para os outros que os vêem, mas totalmente objetivos para ele.


notícias:
http://www.iesbpreve.com.br/base.asp?pag=noticiaintegra.asp&IDNoticia=822
http://www.eletronicbrasil.com.br/materiasarq.asp?Cod=8
http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=2425
http://www.ambafrance.org.br/rj/francais/activite_culturelles4.htm
http://www.revan.com.br/catalogo/0058b.htm

[d09] - Marcel Duchamp [paris-zurique-new york] + [1887-1968]

documentarista: renata
conceito: cheque em branco
texto: os embreantes
autor: anne cauquellin

Existe uma ruptura entre os modelos da arte moderna e os da arte contemporânea, o primeiro pertencente ao regime de consumo e o segundo ao regime da comunicação. Vários indícios permitiam antever a chegada do novo estado de coisas(comunicação), o movimento de ruptura está a cargo o mais das vezes de figuras singulares, de práticas, que anunciam uma nova realidade. Essas figuras que revelam os indícios serão chamadas de “embreantes”.
Marcel Duchamp pode ser caracterizado como embreante, sua influência sobre a arte contemporânea cresce à medida que os anos passam. Nasceu na época em que o cinema começou a ser inventado, seu avô era dono de gráficas onde se reproduziam jornais, portanto Duchamp tinha uma proximidade com os meios de reprodução técnica. Isso de alguma forma interferiu na forma com que ele fazia arte. Ele expressa um modelo de comportamento singular que corresponde às expectativas contemporâneas, não por causa do conteúdo da sua obra mais pela maneira pela qual encarava a relação de seu trabalho com o regime de arte e também a divulgação dele. As posições seguintes que funcionam como atrativo de Duchamp:
· A distinção entre a esfera da arte e a esfera da estética.
A estética é o ramo da ciência e da filosofia que se ocupa a dizer como é que as pessoas entendem sensivelmente as coisas do mundo. A estética mostra o conteúdo da obra e seu valor em si, a arte como uma esfera de atividades entre outras sem a necessidade de seu conteúdo. Isso é arte não porque as pessoas se sensibilizam com isso e sim porque está no museu.
· A indistinção dos papéis.
O papel dos artistas não são mais pré-estabelecidos. Todos os papéis(produtores, intermediários e consumidores) podem ser desempenhados ao mesmo tempo. O percurso não é mais linear, e sim circular.
O percurso linear começa no artista e termina no comprador: o quadro é pintado, entregue para a galeria, exposto no museu, alguém compra e leva para a casa. No percuso circular todos os papéis se misturam: Duchamp escolhe um mictório, o coloca no museu com a assinatura R.Mutt, leva-o para um concurso, onde diz que é obra de arte e é colocado no museu. O mictório só tem valor no museu. O consumidor e o produtor são todas as pessoas que observam no museu, Duchamp, avaliadores da banca, etc.
· O sistema da arte é organizado em rede.
A arte é um objeto de consumo. A arte era um objeto que fazia parte da vida das pessoas, agora a pessoa pode compra-la, a arte é mercadoria A arte não é mais uma esfera que está em conflito com as outras ou que está criticando, pois ela é uma mercadoria. Como que se faz uma arte que critica a capitalização do mundo sendo que ela vale 1000 reais?
· A arte como linguagem.
A arte é um sistema de signos, a realidade transmitida por meio deles é construída pela linguagem => Cinema. A arte não é mais emoção, ela é pensada, o observador e o observado estão unidos por essa construção.

Esses quatro pontos não eram perceptíveis logo de início, entravam em conflito com o regime ‘moderno’ dominante e traziam uma carga de oposição
pesada. De um lado as obras de Duchamp não apresentavam um caráter estético que suscitasse um julgamento de gosto (o mictório não era questão de gosto, mas é arte), de outro elas eram imperceptíveis( sabe que existe porque está no museu, fora dele é imperceptível).
Para fazer justiça à novidade delas, devemos, pois, proceder, não à análise termo a termo das obras, mas ao posicionamento da atitude de Duchamp.

A distinção estética/arte
a) A ruptura.
Duchamp era cercado de pintores, poetas e escritores, participou do movimento surrealista e cubista. Uma passagem por Munique, na Alemanha, em 1912, e pelo movimento dada isolaram-no. Duchamp rompe com a prática estética da pintura: ele se declara ‘antiartista’. A arte não é mais para ele uma questão de conteúdos(cores, formas), mas de continente. A obra tem valor quando está no museu, assim ela é arte; fora do museu ela perde seu valor.
b) Os ready-mades
Duchamp é o responsável pelo conceito de ready made, a saber, o trasporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes. Duchamp passou a incorporar material de uso comum às suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele simplesmente os considerava prontos e os exibia como obras de arte. A Fontaine está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que, para esconder o seu nome, enviou-a com a assinatura "R. Mutt", que se lê ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido. Ele faz notar que apenas o lugar de exposição torna esses objetos obra de arte. É ele que dá o valor estético de um objeto, por menos estético que ele seja.
Em relação à obra, ela pode então ser qualquer coisa, mas numa hora determinada. O valor mudou de lugar: está agora relacionado ao lugar e ao tempo, desertou o próprio objeto. O valo dentro de uma indústria da arte. Nesse caso, o autor é apenas aquele que mostra.
c) O acaso e a escolha
O ready-made, encontrado por acaso, escolhido e reservado, indica o estado da arte em um momento determinado. Objeto > Espaço > Tempo. Ele tem relação com a totalidade dos acontecimentos da arte, em nenhum momento é uma obra à parte, uma obra em sim dotada de valor estético; é um indicador dentro de um sistema.

O transformador Duchamp
Vale a pena ressaltar que a obra de Duchamp deixou um legado importante para as experimentações artísticas subseqüentes, tais como o
Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo Abstrato, a Arte Conceitual, o minimalismo, a pop art, as instalções, até mesmo os happenings que ele tanto apreciava. Muitos dos artistas identificados com essas tendências prestaram tributo a Duchamp. A esfera da arte se articula com a era da comunicação. Essas articulações foram citadas anteriormente.
O modelo Duchamp oferece a única imagem possível de um exercício da Arte em um sistema que já começa a ser aplicado, o da comunicação.


Biografias


Roland Barthes

(Cherbourg, 12 de Novembro de 1915Paris, 26 de Março de 1980)
Roland Barthes foi um
escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês. Formado em Letras Clássicas em 1939 e Gramática e Filosofia em 1943 na Universidade de Paris, fez parte da escola estruturalista, influenciado pelo lingüista Ferdinand de Saussure. Crítico dos conceitos teóricos complexos que circularam dentro dos centros educativos franceses nos anos 50. Entre 1952 e 1959 trabalhou no Centre national de la recherche scientifique - CNRS.
Barthes usou a análise
semiótica em revistas e propagandas, destacando seu conteúdo político. Dividia o processo de significação em dois momentos: denotativo e conotativo. Resumida e essencialmente, o primeiro tratava da percepção simples, superficial; e o segundo continha as mitologias, como chamava os sistemas de códigos que nos são transmitidos e são adotados como padrões. Segundo ele, esses conjuntos ideológicos eram às vezes absorvidos despercebidamente, . Principais Obras
O grau Zero da Escrita (
1953)
Mitologias (
1957)
Elementos da Semiologia (
1965)
O sistema da moda (
1967)
S/Z (
1970)
Roland Barthes por Roland Barthes (
1975)
Fragmentos de um Discurso Amoroso (
1977)
A câmara clara (
1980)


. Roland Barthes por Roland Barthes (1975)
Pela dificuldade em ser classificado, quando de seu lançamento (1975 na França, 1977 no Brasil), Roland Barthes por Roland Barthes acabou sendo definido pelo que não era: nem uma autobiografia nem um livro de “confissões” (embora com muitos elementos de um e de outro). Afinal, a primeira frase, manuscrita, do livro é que “Tudo isto deve ser considerado como dito por um personagem de romance”.
Compondo o livro por fragmentos, Barthes deu-se a oportunidade de ser levado apenas por sua imaginação e pelo gosto da escrita. Daí surgem evocações de sua infância e juventude, reflexões sobre suas experiências de vida, sobre seus autores e leituras preferidas, sobre seu trabalho teórico, sobre utopias, sobre ficção e teatro, sobre a linguagem, sobre as palavras...
“Escrever por fragmentos: os fragmentos são então pedras sobre o contorno do círculo: espalho-me à roda: todo o meu pequeno universo em migalhas; no centro, o quê?” No centro está um retrato em múltiplas dimensões do próprio Barthes que esclarece o projeto de um dos mais criativos e interessantes intelectuais de nosso tempo.
Trechos
“Toda lei que oprime um discurso é insuficientemente fundamentada.” (p. 44)
“Muitos textos de vanguarda (ainda não publicados) são incertos: como julgá-los, retê-los, como predizer-lhes um futuro, imediato ou longínquo? Eles agradam? Aborrecem? Sua qualidade evidente é de ordem intencional: eles se apressam a servir à teoria. No entanto, essa qualidade é também uma chantagem (uma chantagem à teoria): goste de mim, guarde-me, defenda-me, já que eu sou conforme à teoria que você reclama; não estou fazendo o que fizeram Artaud, Cage, etc.? – Mas Artaud não é somente ‘vanguarda’; é também escritura; Cage tem também sedução...” (p. 67)
“Para que serve a utopia? Para fazer sentido. [...] A utopia é familiar ao escritor, porque o escritor é um doador de sentido: sua tarefa (ou seu gozo) consiste em dar sentidos, nomes, e ele só o pode fazer se houver paradigma, desencadeamento do sim/não, alternância de dois valores: para ele, o mundo é uma medalha, uma moeda, uma dupla superfície de leitura, cujo avesso é ocupado por sua própria realidade e cujo direito, pela utopia.” (p. 91)
“A elipse, figura mal conhecida, é perturbadora pelo fato de representar a assustadora liberdade da linguagem [...]” (p. 93)
“Utopia (à moda de Fourier): a de um mundo onde só houvesse diferenças, de modo que diferenciar-se não seria mais excluir-se.” (p. 99)
“Escrever por fragmentos: os fragmentos são então pedras sobre o contorno do círculo: espalho-me à roda: todo o meu pequeno universo em migalhas; no centro, o quê?” (p. 108)
“Comentar-me? Que tédio! Eu não tinha outra solução a não ser a de me re-escrever – de longe, de muito longe – de agora: acrescentar aos livros, aos temas, às lembranças, aos textos, uma outra enunciação, sem saber jamais se é de meu passado ou de meu presente que falo. Lanço assim sobre a obra escrita, sobre o corpo e o corpus passados, tocando-os de leve, uma espécide de patchwork, uma coberta rapsódica feita de quadrados costurados. Longe de aprofundar, permaneço na superfície, porque desta vez se trata de ‘mim’ do Eu) e porque a profundidade pertence aos outros.” (p. 160)

Michel Foucault

(Poitiers, 15 de outubro de 1926Paris, 26 de junho de 1984)
Paul-Michel Foucault nasceu em Poitiers, na França, em 15 de outubro de 1926. Filho de pai médico, com a expectativa de seguir a tradição de seus antepassados e herdeiro de toda uma geração de médicos de sobrenome Foucault, Michel tenta ingressar na Escola Normal Superior (em 1945), tendo sido reprovado na primeira vez que tentou.
Esse fato marcou a vida de Foucault, pois no Liceu onde foi estudar em função dessa reprovação, foi aluno de Jean Hyppolite, importante filósofo que trabalhava o hegelianismo na França. Seu próximo passo é estudar, a partir de 1946, na Escola Normal Superior da França. Ai conhece e mantém contatos com Pierre Bourdieu, Jean-Paul Sarte, Paul Veyne, entre outros. Na Escola Normal, Foucault também é aluno de Maurice Merleau-Ponty. Dois anos depois, Foucault se gradua em Filosofia na Sorbonne. Em 1949, Foucault se diploma em Psicologia e conclui seus Estudos Superiores de Filosofia , com uma tese sobre Hegel, sob a orientação de Jean Hyppolite.
Em meio a angústias e descaminhos que levaram Foucault a algumas tentativas de suicídio, o pensador adere ao Partido Comunista Francês em 1950, ao qual fica ligado pouco tempo em função de desavenças políticas e de "intromissões" pessoais que o partido faz na vida de seus participantes, como foi o caso de Althusser e dele próprio. Em 1951, Foucault torna-se professor de psicologia na Escola Normal Superior, onde tem como alunos Derrida e Paul Veyne, entre outros. Neste mesmo ano ele trabalha junto ao Hospital Psiquiátrico de Saint-Anne.
Também na década de 1950, evidencia-se a afinidade de Foucault pelas artes. Podemos observá-lo estudando o surrealismo, por exemplo, em 1952 e René Char em 1953. Mais ou menos nesse período, Foucault segue o famoso Seminário de Jacques Lacan. Maurice Blanchot e Georges Bataille aproximam Foucault de Nietzsche, ao mesmo tempo em que ele recebe seu diploma em Psicologia Experimental (fase em que Foucault se aplica a Janet, Piaget, Lacan e Freud). Começa, então, a fase mais produtiva, no sentido acadêmico, na vida de Foucault. Fase esta que vai até o final da década de 1970. Em 1971, Foucault assume a cadeira de Jean Hyppolite na disciplina História dos Sistemas de Pensamento. A aula inaugural de Foucault nessa cadeira foi a famosa "Ordem do discurso".
Aos 28 anos Publicou Maladie Mentale et Psychologie (1954; Doença Mental e Psicologia), mas foi com Histoire de la Folie à l’âge Classique (1961; História da Loucura), sua tese de doutorado na Sorbone, que firmou-se como Filósofo. Neste livro, analisou as práticas dos séculos XVII e XVIII que levaram à exclusão do convívio social dos "desprovidos de razão". Foucault preferia ser chamado de "arqueólogo", dedicado à reconstituição do que mais profundo existe numa cultura - arqueólogo do silêncio imposto ao louco, da visão médica (Naissance de la clinique, 1963; Nascimento da Clínica), das ciências humanas (Les Mots et les choses,1966; As Palavras e as Coisas), do saber em geral (L’Archeologie du Savoir, 1969; A Arqueologia do Saber).
Surveiller et punir (1975; Vigiar e Punir) é um amplo estudo sobre a disciplina na sociedade moderna, para ele, "uma técnica de produção de corpos dóceis". O instinto da prisão teria por objetivo o marginal do proletariado e assim reduzir a solidariedade e o processo da classe inferior; confinando as ilegalidades da classe dominada, sobreviveriam mais facilmente às ilegalidades da classe dominante. Foucault analisou os processos disciplinares empregados nas prisões, considerando-os exemplos da imposição, às pessoas, e padrões "normais" de conduta estabelecida pelas ciências sociais. A partir desse trabalho, explicitou-se a noção de que as formas de pensamento são também relações de poder, que implicam a coerção e imposição. Assim, é possível lutar contra a dominação representada por certos padrões de pensamento e comportamento sendo, no entanto impossível escapar completamente a todas e quaisquer relações de poder. Em seus escritos sobre medicina, Foucault criticou a psiquiatria e a psicanálise tradicionais.
Deixou inacabado seu mais ambicioso projeto, Historie de la Sexualité (História da Sexualidade), que pretende mostrar como a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder, não por meio da repressão, mas da expressão. O primeiro dos seis volumes anunciados foi publicado em 1976 sob o título La Volonté de Savoir (1976; A Vontade de Saber) e despertou duras críticas. Em 1984, pouco antes de morrer, publicou outros dois volumes, rompendo um silêncio de oito anos: L’Usage des plaisirs (O uso dos prazeres), que analisa a sexualidade na Grécia Antiga e Le souci de soi (O cuidado de Si), que trata da Roma Antiga.
Foucault teve vários contatos com diversos movimentos políticos. Engajou-se nas disputas políticas nas Guerras do Irã e da Turquia. O Japão é também um local de discussão para Foucault. Várias vezes esteve no Brasil, onde realizou conferências e firmou amizades como a de Roberto Machado. Foi no Brasil que pronunciou as importantes conferências sobre A verdade e as formas jurídicas, na PUC do Rio de Janeiro. Os Estados Unidos atraem Foucault em função do apoio à liberdade intelectual e em função de São Francisco, cidade onde Foucault pode vivenciar algumas experiências marcantes em sua vida pessoal no que diz respeito à sua sexualidade. Berkeley torna-se um pólo de contato entre Foucault e os Estados Unidos. Definitivamente, Foucault sentia-se em casa nos EUA.
Em junho de 1984, em função de complicadores provocados pela AIDS, Foucault tem septicemia e isso provoca sua morte por supuração cerebral no dia 25. Discutido e estudado por várias áreas do saber, Foucault mostra-se como um pensador arrojado, um intelectual que, preocupado com o presente em que se encontra inserido, percorre os saberes em busca de uma crítica que subverta os esquemas de saberes e práticas que nos subjugam.
. Principais Obras
Doença Mental e Psicologia,
1954;
História da loucura na idade clássica,
1961;
Nascimento da clínica,
1963;
As palavras e as coisas,
1966;
Arqueologia do saber,
1969;
Vigiar e punir,
1975;
História da sexualidade:
A vontade de saber,
1976;
O uso dos prazeres,
1984;
O Cuidado de Si,
1984;
Ditos e escritos,
2006;
A vontade de saber; (
1970-1971)
Teorias e instituições penais"; (
1971-1972)
A sociedade punitiva; (
1972-1973)
O poder psiquiátrico; (
1973-1974)
Os anormais; (
1974-1975)
Em defesa da sociedade; (
1975-1976)
Segurança, território e população; (
1977-1978)
Nascimento da biopolítica; (
1978-1979)
Do governo dos vivos; (
1979-1980)
Subjetividade e verdade; (
1980-1981)
A hermenêutica do sujeito; (
1981-1982)
Le gouvernement de soi et des autres; (
1983)
Le gouvernement de soi et des autres: le courage de la vérité (
1984)
A Verdade e as Formas Juridicas ' (
1996)

Ludwig Joseph Johann Wittgenstein

(26 de Abril de 1889; 29 de Abril de 1951)
Ludwig Joseph Johann Wittgenstein nasceu em
Viena em 26 de Abril de 1889, filho de Karl e Leopoldine Wittgenstein. Ele era o mais novo de oito filhos, nascendo em uma das famílias mais ricas do Império Austro-Húngaro. Os seus avós, Hermann Christian e Fanny Wittgenstein eram de família judia, mas se converteram ao Protestantismo, a depois que se mudaram para da Saxônia para Viena no início da segunda metade do século XIX, inseriram-se no ambiente protestante de Viena. O pai de Ludwig, Karl Wittgenstein, tornou-se um industrial proeminente, fazendo fortuna com ferro e aço. A mãe de Ludwig, Leopoldine, também era de ascendência judia pelo lado paterno da família, mas foi educada segundo práticas da Igreja Católica. Ludwig, assim como todos seus irmãos e irmãs, foi batizado como um católico.
Ludwig cresceu em um ambiente doméstico que proporcionava uma vida artística e intelectual bastante intensa. Seus pais eram ambos bastante interessados em música, e todos os seus filhos eram dotados artísticamente e intelectualmente. Karl Wittgenstein fora inclusive um grande "
mecenas" e patrono das artes, e diversos artistas e eruditos frequentavam a sua residência — principalmente músicos. A família era constantemente visitada por artistas de renome como Johannes Brahms e Gustav Mahler. Um dos irmãos de Ludwig, Paul Wittgenstein, tornou-se um habilidoso pianista de renome internacional, mesmo após perder a mão direita na 1ª Guerra Mundial. Apesar de Ludwig não ter demonstrado nenhum talento musical, sua devoção e gosto à música permaneceu importante durante toda sua vida — e ele fazia frequentemente metáforas e exemplos relacionados à música em seus escritos filosóficos. Outra característica - um tanto quanto negativa - da família era a tendência à intensa auto-crítica e pessimismo, chegando ao ponto da depressão e mesmo de tendências suicidas. Três de seus quatro irmãos cometeram suicídio.
Até
1903, Ludwig foi educado em casa; após este período, estudou por três anos na Realschule em Linz, uma escola que dava ênfase a disciplinas técnicas. Adolf Hitler foi um estudande desta escola no mesmo período, e os dois, com 14 e 15 anos respectivamente, podem ser vistos em uma fotografia escolar, juntos com outros 40 estudantes. 1. Ludwig se interessava por Física e queria estudar com Ludwig Boltzmann, cuja coleção de escritos populares foram publicados na época (1905). Boltzmann, contudo, cometeu suicídio em 1906.
Em
1906, Wittgenstein inicia seus estudos de Engenharia Mecânica em Berlim, e em 1908 ingressa na Universidade de Manchester para iniciar seu Doutoramento em Engenharia, estando repleto de planos e idéias relacionadas à engenharia aeronautica. Ele se registrou como um estudante pesquisador em um laboratório de engenharia, onde conduziu pesquisas a respeito do comportamento de pipas na atmosfera terrestre, e trabalhou no design de um motor à jato. Durante sua pesquisa em Manchester, tornou-se interessado nos fundamentos da matemática, particularmente depois de ler Princípios da Matemática de Bertrand Russell e Grundgesetze, de Gottlob Frege. No verão de 1911, Wittgenstein visitou Frege, depois de ter se correspondido com ele por algum tempo, e Frege recomendou que ele fosse à Universidade de Cambridge estudar com Russell.
Em
Outubro de 1911, Wittgenstein chegou - sem ser anunciado - às classes de Russel no Trinity College, e em pouco tempo estava tendo leituras e discussões filosóficas de grande complexidade com ele. Ele causou uma forte impressão em Russell e em G. E. Moore, e começou a trabalhar nas fundações da lógica e da lógica matemática. Russell estava gradativamente mais fatigado com a filosofia, e via em Wittgenstein um sucessor que daria continuidade a seu trabalho. Durante este período, outros interesses de Wittgenstein foram música e viagens, normalmente na companhia de David Pinsent, um estudante que tornou-se seu amigo íntimo.
Em 1913, seu pai morre e Wittgenstein herda uma grande fortuna. Contudo, em pouco tempo Wittgenstein desfaze-se dela, doando - inicialmente anônimamente - boa parte dela para artistas e escritores austríacos, incluindo
Rainer Maria Rilke e Georg Trakl. Em 1914 Wittgenstein viajou para visitar Trakl, pois este demonstrara a tempos a vontade de conhecer seu benfeitor, mas Trakl se suicidara dias antes da chegada dele.
Apesar de estar extremamente concentrado em seus estudos em Cambridge e nas conversas com Russell, Wittgenstein sentia que não podia chegar à raiz das questões fundamentais que buscava, enquanto estivesse cercado por outros acadêmicos. Em 1913, partiu para a filosofar solitário em uma cabana remota em Skjolden,
Noruega, que era de difícil acesso. O isolamento proporcionou a ele devoção completa a seu trabalho, e posteriormente ele veria este período como o mais produtivo de sua vida. Enquanto estava lá, ele escreveu uma obra inovadora no campo dos fundamentos da lógica, um livro intitulado Logik, que foi o antecessor imediato do Filósofo austríaco considerado um dos mais influentes do século XX [1], contribuiu com inovações nos campos da lógica, filosofia da linguagem e filosofia da mente. Apesar da grande quantidade de seus escritos ter sido publicada após sua morte, em vida publicou apenas um livro filosófico: o Tractatus Logico-Philosophicus, em 1921. Os primeiros trabalhos de Wittgenstein foram marcados pelas idéias de Arthur Schopenhauer, assim como pelos novos sistemas de lógica idealizados por Bertrand Russel e Gottlob Frege. Quando o Tractatus foi publicado, influenciou profundamente os positivistas do Círculo de Viena. Contudo, Wittgenstein não se considerava como parte da escola e alegava que os positivistas lógicos do Círculo de Viena não entenderam o Tractatus.
Wittgenstein planejava com o Tractatus resolver de vez os problemas da filosofia - ou, como alguns dizem, pretendia "matar a filosofia". Acreditando ter cumprido seu objetivo, e - profundamente influenciado pelas idéias cristãs de
Leon Tolstoi, as quais Wittgenstein conhecera durante a 1ª Guerra Mundial - abandonou sua vida acadêmica propriamente dita, trabalhando como professor primário em vilas pobres da Áustria e como jardineiro em um mosteiro, além de arquitetar, junto com Paul Engelmann, a planta de uma casa em Viena para uma de suas irmãs. Entretanto, em 1929, ele retorna à Cambridge, conquistando seu doutoramento e passando a se dedicar a uma continuação do Tractatus - que Wittgenstein percebera não ter resolvido de vez os problemas da filosofia -, preparando o que chamou de anti-filosofia, tentando resolver de vez, os problemas da filosofia, e escrevendo as Investigações Filosóficas, que tiveram publicação póstuma, em 1953. Apesar de muitos dividirem o pensamento de Wittgenstein entre o "Wittgenstein Primeiro", do Tractatus, e o "Novo Wittgenstein", dos pensamentos posteriores, isto é uma meia verdade. Apesar de existirem várias concepções diferentes entre seu pensamento posterior ao Tractatus, o próprio Wittgenstein diz no prefácio das Investigações Filosóficas que esta não se trata de uma nova filosofia dele, e sim de um continuação, um complemento de seu pensamento já iniciado no Tractatus, sendo que o primeiro não pode ser compreendido em sua totalidade sem o segundo.
Tanto seus primeiros trabalhos quanto os posteriores foram profundamente influenciados pela
filosofia analítica. Antigos estudantes e colegas que adotaram as concepções de Wittgenstein incluem Gilbert Ryle, Friedrich Waismann, Norman Malcom, G. E. M. Anscombe, Rush Rhees, Georg Henrik von Wright e Peter Geach. Filósofos contemporâneos profundamente influenciados por ele incluem Michael Dummett, Peter Hacker, Stanley Cavell, Cora Diamond e James F. Conant. Os últimos três são normalmente associados ao que comumente chamam de "Novo Wittgenstein".

Anne Cauquelin

Doutora e professora emérita de filosofia da Université de Picardie, na França,Anne Cauquelin é autora de ensaios sobre arte e filosofia, dos quais se destacam Arte contemporânea (Martins) e Aristóteles (Jorge Zahar), e dos romances Potamor e Les prisons de César. É redatora-chefe da revista Revue d’Esthétique e artista plástica.

[]

[colóquio estéticas do deslocamento]

[d08] - Marcel Duchamp [paris-zurique-new york] + [1887-1968]

documentarista: fabiana
conceito: fruição
texto: a obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
autor: walter benjamin

À obra de arte pode-se agregar dois valores distintos: o valor da obra como objeto de culto e o seu valor de exposição.
No valor de culto a produção da obra de arte está direcionada à magia, aos rituais. Assim, esta pode ter importância mesmo que não esteja exposta. Esta forma de valorização da obra está diretamente relacionada ao cotidiano das pessoas, ou seja, o valor agregado a um determinado objeto é dado a partir da presença do mesmo na vida das pessoas.
Mas à medida que as obras de arte são expostas elas conseqüentemente perdem o seu valor de culto.
É diante das novas técnicas de reprodução que a obra de arte ganha um outro valor: o de exposição. Neste, a sua reprodução permite a circulação da obra despertando nas pessoas o desejo de posse. Assim, a função do objeto não é mais de culto, mas sim uma função artística, cujo destino é o mercado.
A fotografia fortalece ainda mais o valor expositivo da obra de arte, mas valor de culto ainda pode ser compreendido na figura do rosto humano já que no retrato é praticado o culto da lembrança. A fotografia sem a figura humana não é considerada uma obra de arte, somente uma forma de documentar.
Com a fotografia há uma mudança no modo de percepção da arte. Ela permite que qualquer obra seja contemplada através do papel diminuindo a distancia geográfica entre o expectador e a obra.Ou seja, ela transforma a obra de arte em um fenômeno de massa, pois a retira de seu lugar original retira sua historicidade.
As técnicas de reprodução da arte também modificam a atitude da massa diante de uma obra de arte. O seu comportamento é medido pelo conhecimento ou vivencia da massa diante de determinada obra. Há uma ligação social entre a arte e o público que pode comprometer significamente à fruição da obra.
Com o cinema o valor de culto de uma obra de arte desaparece por completo, já que o cinema foi desde o início destinado às massas e ao mercado. É da massa que surgem as novas atitudes diante de uma obra de arte e assim a quantidade tornou-se qualidade. É um conceito coletivo, uma experimentação coletiva da arte que possui conseqüências sociais e políticas. Pode- se facilmente separar o espírito crítico da fruição da obra. As massas buscavam diversão mas a arte exige recolhimento.

Diversão e recolhimento possuem conceitos distintos. Diante de uma obra de arte é necessário o recolhimento para ser envolvido pela arte ao contrário da diversão onde a obra penetra na massa.
A arquitetura é uma das obras de arte mais antiga, já que desde a Pré- história o homem construía. Ela possui uma relação direta com as massas de duas maneiras: utilizando-a ou contemplando-a. A fruição pode ser tátil ou visual.
A fruição visual é uma compreensão racional do processo artístico, está ligada à contemplação onde predomina a estética. Já a fruição tátil está relacionada à parte sensorial, onde tudo que é percebido nos atinge. Esta se realiza mais pelo hábito do que pela atenção.

[d07] - Marcel Duchamp [paris-zurique-new york] + [1887-1968]

documentarista: marcela
conceito: tradução
texto: a obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
autor: walter benjamin

-sobre o texto...
O texto A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica, é um dos poucos textos publicados por Walter Benjamin. Nele o autor discute o valor da arte dentro do campo cultural (aura) da arte, a partir do momento em que surge uma nova experiência estética no século XIX com o advento da fotografia e do cinema.

-que tipo de arte é a fotografia e o cinema?
O séc. XIX muda radicalmente os conceitos de beleza, o mundo das coisas e da vida, assim como a própria noção da arte. A fotografia era vista apenas como algo documental, sem nenhuma narrativa. Benjamin, assim como Villém Flusser, advoga que a fotografia não é um mero registro, mas um novo campo de conhecimento humano ainda não classificado. A partir dessa nova técnica, a interpretação passa para o olhar fotográfico e não é mais uma tentativa de expressão pela pintura.

-a experiência muda...
A fotografia assim como o cinema começou como um meio de diversão da burguesia e era coletiva, pois não era necessário ter conhecimento para entende-lá. Essa nova relação interferiu diretamente na experiência do homem com a cidade (antes fragmentada e agora vista
como um todo) e com o outro (causa distanciamento entre as pessoas e
surge o interesse pela vida privada), a partir do momento em que os espaços podem ser experimentados somente pelo olhar e não precisam mais ser vividos indo-se até eles (ocorre um deslocamento espacial).

- a história não é feita de fatos, é feita de invenções.
A partir dessas mudanças, não há mais uma verdade absoluta e a história não é mais passada de pai para filho, se torna algo efêmero.

-a tradução...
Toda tradução é um novo original, com isso não há um original.
A tradução foge da questão de ser autêntica ou não, ela é uma outra coisa qualquer.

Villém Flusser

(1920-1991) filósofo judeu auto-didata, nasceu na cidade de Praga, na recém independente Tchecoslováquia. Durante a Segunda Guerra, mudou-se para o Brasil em 1940, fugindo dos nazistas. Estabeleceu-se em São Paulo e começou a lecionar filosofia e jornalismo. Publicou seu primeiro livro Língua e Realidade em 1963.Seus trabalhos a partir de então foram marcados pela discussão do pensamento proposta por Heidegger, bem como pelas influências do existencialismo e da fenomenologia. Foi para França na década de 70, onde voltou sua atenção para a filosofia da comunicação e para a produção artística.
Autor de vários livros, entre eles o Filosofia da caixa preta, aponta um caminho interessante tanto para pensar a fotografia no
plano filosófico, quanto para pensar a fotografia no sentido da criação artística. E é justamente por isso que ele vai ser uma referência tão grande para os artistas envolvidos com a fotografia na contemporaneidade. Para o filósofo alemão, criar a partir da fotografia significa desafiar a técnica, indo além dos seus limites
e, portanto, tentando redimensionar os seus obstáculos em favor da liberdade de expressão e não do colonialismo tecnológico. Neste sentido, não há limites para a fotografia e a prova disso é a quantidade de experimentações que percebemos no cenário contemporâneo da arte.

Links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vil%C3%A9m_Flusser acessada dia 30/03/2007
http://www.culturabrasil.org/frankfurt.htm acessada dia 03/03/2007
http://www.facom.ufba.br/projetos/digital/obradear.html acessada dia 03/03/2007
http://www.studium.iar.unicamp.br/22/01.html?ppal=index.html acessada dia 03/03/2007
http://www.goethe.de/ins/br/sab/pt1944445.htm acessada dia 03/03/2007

Links notícias:
http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/flusser25.htm acessada dia 30/03/2007
http://iberecamargo.uol.com.br/content/revista_nova/entrevista_integra.asp?id=180 acessada dia 30/03/2007
http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/ar44.htm acessada dia 03/03/2007
http://www.revista.agulha.nom.br/ag36flusser.htm acessada dia 03/03/2007
http://www.pucsp.br/pos/cos/ementas/s012007/d3101a.htm acessad dia 03/03/2007

[d06] - Karl Marx [paris-londres-berlim] + [1818-1883]

documentarista: olavo
conceito: calçamento
texto: direito a cidade
autor: henri lefebvre
[seminário]
texto: passagens
autor: walter benjamin
texto: cidade, lugar do enfrentamento de classes
autor: michael lowy

Walter Benjamin tenta documentar através de suas anotações fatos que ocorriam na França a partir de 1830, buscando em litografias, cartons e jornais na biblioteca francesa, mais precisamente de como que as pessoas se apropriavam dos espaços com tudo que estava acontecendo na época. Foi a partir dessas anotações q surgiu o livro As Passagens. O texto explica o contexto histórico na França, onde os proletariados através de revoltas populares buscavam uma melhora nas condições de trabalho. Suas revoltas encontraram nas ruas retaliações dos soldados franceses no qual defendiam as idéias burguesas, para conseguir vencer as retaliações os proletariados construíram barricadas para tentar vencer o avanço dos soldados. As barricadas de nada mais servia do q um efeito moral do que propriamente físico, pois os soldados não sabiam o que iam encontrar atrás das barricadas.Benjamin tinha um fascínio pelas barricadas pois elas demonstravam o expressão material da revolta dos oprimidos.As barricadas chegavam a durar meses. A partir de 1869, os poderosos resolveram se unir e tentar por um fim nas revoltas através da haussmanização que nada mais era do que aberturas de grandes vias, embelezamento da cidade, houve uma reforma higienista. Mais isso nada mais era do que um jogo de estratégia militar para no futuro poder retaliar revoltas populares,pois com isso tudo o governo expulsava os proletariado do centro e conseguia assim ter um controle maior sobre eles.A comuna de paris foi uma ultima tentativa do povo francês de salvar paris do exercito prussiano, pois quando Napoleão fugiu após perde a guerra o exercito prussiano invadiu as terras francesas.Onde o povo volto armar barricadas contra o exercito,para defender não a França mais sim a terra onde eles moravam.Como diria Franz Mehring “as ultimas tradições da velha lenda revolucionaria também afundaram parar sempre com a queda da Comuna[...].Na historia da Comuna,os germes da revolução [ proletária ] são ainda sufocados pelas trepadeiras que, oriundas da revolução burguesa do século XVIII, invadiram o movimento operário revolucionário do século XIX. Enfim o texto conta a historia dos vencidos como diria Benjamim.

Biografia


Walter Benjamin nasceu no seio de uma abastada família judaica. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin, comerciantes de produtos franceses. Na adolescência Benjamin, perfilhando ideais socialistas, participou no Movimento da Juventude Livre Alemã, colaborando na revista do movimento. Nesta época nota-se uma nítida influência de Nietzsche em suas leituras.
Em 1915, conhece Gerschom Gerhard Scholem de quem se torna muito próximo, quer pelo gosto comum pela arte, quer pela religião judaica que partilhavam. Em 1919 defende tese de doutorado, A Crítica de Arte no Romantismo Alemão, que foi aprovada e recomendada para publicação.
Em 1925, Benjamin constatou que a porta da vida acadêmica estava fechada para sí, tendo a sua tese de livre-docência Origem do Drama Barroco Alemão sido rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frankfurt.
Nos últimos anos da década de 20 o filósofo judeu interessa-se pelo marxismo, e juntamente com o seu companheiro de então, Theodor Adorno, aproxima-se da filosofia de Georg Lukács. Por esta altura e nos anos seguintes publica resenhas e traduções que lhe trariam reconhecimento como crítico literário, entre elas as séries sobre Charles Baudelaire.
Refugiou-se na Itália, de 34 a 35. Neste momento cresciam as tensões entre Benjamin e o Instituto para Pesquisas Sociais, associado ao que ficou conhecida como Escola de Frankfurt, de quem Benjamin foi mais um inspirador do que um membro. Em 1940, ano da sua morte, escreve a sua última obra, considerada por alguns o mais importante texto revolucionário desde Marx, por outros, um retrocesso no pensamento benjaminiano:, as Teses Sobre o Conceito de História. A sua morte, desde sempre envolta em mistério, teria ocorrido durante a tentativa de fuga através dos Pirenéus, quando, em Portbou, temendo ser entregue à Gestapo, comete suicídio. Sua obra exerce grande influência atualmente no editor e tradutor de suas obras em italiano Giorgio Agamben, sobretudo acerca do conceito de Estado de exceção.


Links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
http://www.culturabrasil.org/democraciaerevol.htm
http://www.geocities.com/g_anjos/artigo10.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000200013&script=sci_arttext
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL15306-5606-6376,00.html

[d06] - Karl Marx [paris-londres-berlim] + [1818-1883]

documentarista: jesiéu
conceito: calçamento
texto: direito a cidade
autor: henri lefebvre

texto: passagens

[seminário]
texto: passagens
autor: walter benjamin
texto: cidade, lugar do enfrentamento de classes
autor: michael lowy

Paris, a cidade dos sonhos, se consolida nessa proposta, pois o desejo de se morar lá fica cada vez mais difícil. Está mais para pesadelo que para sonho!
Diante disso podemos detalhar alguns aspectos que levaram a essa afirmativa:
As insurreições que foram os movimentos de rebeldia onde podemos até destacar a curiosidade de Walter Benjamin quanto à participação da mulher – se despindo da sua submissão patriarcal e se revestindo da couraça do desejo de participar da luta pela liberdade – mostrando sua força e utilidade nas barricadas, onde ocupavam papel de grande importância, e outros detalhes como o número de paralelepípedos utilizados para erguer as mais de 4000 barricadas e o uso de ônibus tombados para fortalecer tais barricadas tornando-as mais fortes. Também Arthur Rimbaud, em seus versos destaca a participação da mulher na Comuna.
Daí, na tentativa de controle da situação surge o barão Haussman com suas idéias não muito bem aceitas por parte da população, mas que acaba por transformar Paris num centro elitizado, onde os pobres são forçados a migrarem para a periferia, acabando com seus “sonhos” de convivência com a classe mais promissora – a burguesia. É o rompimento do laço da vizinhança.
Cresce então a luta contra a Comuna – reunião de pessoas em pequena comunidade, onde vivem e trabalham, e no qual os meios de produção são coletivos, sob a direção de um governo local. Para Karl Marx constituiu aí o primeiro modelo de estado socialista, composto por revolucionários que governaram Paris. É o fim das barricadas, dos motins, pois as estratégias de transformação de Paris – a Haussmannização – não permitem a ação dos insurretos e com a destruição dos bairros inteiros houve o esmagamento preventivo dos focos de motim.


BIOGRAFIA

Benjamin, Walter (1892-1940).
Filósofo alemão. Um dos mais argutos críticos de artes, idéias e fatos sociais da primeira metade do século XX. Walter Benjamin
Ao filosofar contra a filosofia, tentando subtrair-se ao pensamento classificatório, o pensador alemão Walter Benjamin não alcançou repercussão em vida, apesar do estímulo que recebeu de homens como Theodor Adorno e Ernst Bloch. Depois de sua morte, passou a ser apontado como um dos mais argutos críticos de idéias e fatos da primeira metade do século XX.
Walter Benjamin nasceu em Berlim em 15 de julho de 1892. Após estudar filosofia em Munique, Berna e outras cidades, fixou-se em Berlim, em 1920, como crítico literário e tradutor. Quis uma carreira acadêmica, mas teve esse desejo frustrado quando a Universidade de Frankfurt rejeitou sua tese de doutorado, brilhante, mas, anticonvencional, Ursprung des deutschen Trauerspiels (1928; Origem da tragédia alemã).
Os textos de Benjamin, sobre literatura, arte, técnicas ou vida social, ficaram em sua maioria esparsos em periódicos. Em vida, além da tese sobre a tragédia alemã, publicou apenas outros dois livros: Der Begriff der Kunstkritik in der deutschen Romantik (O conceito de crítica de arte no romantismo alemão) e Einbahnstrasse (Rua de mão única), coletânea de ensaios e reflexões.

Arthur Rimbaud
Jean-Nicolas-Arthur Rimbaud nasceu em Charleville, França, em 20 de outubro de 1854. Desde os seis anos de idade, quando o pai, um militar, abandonou a família, viu-se às voltas com a severidade da mãe. Espantosamente precoce, aos dez anos já escrevia seus primeiros poemas e sonhava em viajar pelo mundo. Aos 17, síntese de adolescente poeta rebelde e aventureiro, decidiu conhecer Paris, onde logo entrou em contato com escritores e artistas. Acometido de um câncer no joelho direito no início de 1891, transferiu-se para Marselha, onde a amputação da perna não foi suficiente para deter a marcha da doença. Assistido pela irmã Isabelle, segundo a qual aceitou, em seus últimos dias, os sacramentos da Igreja Católica, Rimbaud morreu nesta cidade portuária francesa do Mediterrâneo em 10 de novembro de 1891.

Haussmann, Georges-Eugène (1809-1891).
Nobre e político francês. Prefeito de Paris, principal responsável pela reconstrução da cidade e pela sua modernização durante o segundo império.

Karl Marx
Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renânia, então província da Prússia, em 5 de maio de 1818. Primeiro dos meninos entre os nove filhos de uma família judaico-alemã, foi batizado numa igreja protestante, de que o pai, advogado bem-sucedido, se tornara membro, provavelmente para garantir respeitabilidade social. Depois de estudar em sua cidade natal, em 1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política estudantil.
Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu em 1836, começou a estudar a filosofia de Hegel e juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos.
O pensamento de Karl Marx mudou radicalmente a história política da humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população do mundo empreendeu a revolução socialista, na intenção de coletivizar as riquezas e distribuir justiça social.

Links:
http://www.pco.org.br/revista_digital/2006/agosto/genese.htm
http://gl.wikipedia.org/wiki/Comuna_de_Par%C3%ADs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%B5es_de_1848
http://www.ubmulheres.org.br/telas/revista/com_paris_mlh_rev.asp
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142006000100016

Notícias:
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/ju246pag05.pdf
http://www.clubemundo.com.br/revistapangea/show_news.asp?n=278&ed=1
https://educaterra.terra.com.br/voltaire/brasil/2004/05/05/000.htm
http://nyontime.blogspot.com/2005/08/charles-baudelaire-um-caso-clssico-de.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Comuna_de_Par%C3%ADs
http://www.otrabalho.org.br/brasil_governo%20n%C3%A3o%20consegue%20acabar%20oaxaca.htm
http://www.aprendebrasil.com.br/especiais/revoltadavacina/pedeguerra.asp

notas sobre a produção de teorias urbanas quaisquer

sobre fazer teoria .Como se conhece .O que é especular ou hipóteses .Como racionalizar .Sobre teoria e prática ou a importância da consideração do fenômeno teórico como histórico presentificável .Quem formula uma teoria sobre o Urbano .Potências [in]disciplinares .Virtualidade e Transdução .Dialética e Gradações: necessidades da realidade .vida cotidiana .Urbanismo .Sobre valores .Festa .[bio]Potência [...]quaisquer?

sobre [panf]letagens [2sem2009]

usar a palavra-chave dada a partir dos seguintes textos como ponto de partida para produção de um construto
01. Kitchen Stories [direção: Bent Hammer] + ABALOS, I. O que é Paisagem = paisagens íntimas
02. KOOLHAAS, R. Cidade Genérica + KOOLHAAS, Rem. Vida na Metrópole ou a Cultura da Congestão = fantasias genéricas / congestão genérica
03. TSCHUMI, B. O Prazer da Arquitetura IN: NESBIT, K. Uma Nova Agenda para a Arquitetura = funcional / inutilidade
04. VIDLER, A. Teoria do Estranhamento Familiar IN: NESBIT, K. Uma Nova Agenda para a Arquitetura = roberto / dessimbolização
05. MAAS, W. FARMAX = leveza
06. NEGRI, A, HARDT, M. Multidão = maria de fátima
07. FLUSSER, V. Design: Obstáculo para a remoção de Obstáculos IN: _______. O Mundo Codificado = reciclagem / sofá
08. GANZ, Louise. Lotes Vagos na Cidade: Proposições para Uso Livre IN: ____ SILVA, B. Lotes Vagos = beleza
09. CRIMP, Douglas. Isto não é um Museu IN: _________. Sobre as Ruínas do Museu = coleção de museu / admiração imparcial
10. WEIZMAN, Eyal. Desruição Inteligente IN: v.v.a.a. 27a Bienal de Arte de São Paulo. Como Viver Junto = infestação / desparedamento
11. Koolhaas Houselife = funcionalidade
12. CORTEZAO, Simone. Paisagens Engarrafadas = paisagismo marcado
13. BRANDAO, Luis Alberto. Mapa Volátil. Imaginário Espacial: Paul Auster IN: _______. Grafias de Identidade. Literatura Contemporânea e Imaginário Nacional = andarilho
14. CANUTO, Frederico. Notas Sobre Ecologias Espaciais = ecossistemas
15. SANTANA, P. A Mercadoria Verde: A natureza = fotografias verdes
16. Central da Periferia = calypso amazônico / brega
17. BECKER, B. Amazônia: mudanças Estruturais e Urbanização IN: GONCALVES, M.F. et al. Regiões e Cidades. Cidades nas Regiões = fotografias verdes
19. Edifício Master. Direção: Eduardo Coutinho + CANUTO, Frederico. Apto[s], 01qrt, 1sl, 1coz, s/vg. =
20. WISNIK, Guilherme. Estado Crítico =

[d] - 1sem2009 = [doc]01 - 1osem2007 = [doc]

Documentário: Documentar os conteúdos ministrados durante a aula do dia, sendo obrigatório entregar no dia posterior, um arquivo digital contendo:
-fotografias/imagens do que foi escrito nas carteiras ou no quadro negro, bem como as discussões em sala de aula;
-outras imagens podem ser colocadas, porém devem ser relacionadas ao conteúdo da aula;
-um texto como o resumo da aula, podendo ou não conter colocações do aluno-autor;
-biografia dos autores citados em sala de aula [pesquisar no curriculo lattes, wikipedia e outros sites]. Na biografia dos autores citados deve, necessariamente, conter os trabalhos mais relevantes, bem como vínculo a escolas de pensamento;
-indicações de sites relacionados aos assuntos trabalhados em sala [mínimo de 05 links];
-notícias relacionadas ao assunto discutido em sala [mínimo de 05 notícias];

[a]02 - 1osem2007

Apresentações Grupo A: Apresentação para a sala de aula dos seguintes temas:[SURREALISMO]+[DADAISMO]+[FLUXUS], segundo os seguintes critérios mínimos: -exposição do pensamento do grupo e diversas correntes internas, através de seus conceitos; -exposição das diversas modalidades: pintura, escultura, arquitetura...; -período e países onde atou; -principais nomes e respectivos trabalhos; -articulação obra-conceitos-ambiente urbano. Grupo B: Apresentação para a sala dos seguintes temas: [KOOLHAAS01 – Delirous New York+SMLXL]+ [KOOLHAAS02 – Mutations+Project on the City 01+02]+ [KOOLHAAS03 – Content +Reconsidering OMA], segundo os seguintes critérios mínimos: -conceitos; -eviolução de pensamento; -textos e questões trabalhadas; -cronologia dos trabalhos; -articulação obra-conceitos-ambiente urbano.

[ps]03 - 1osem2007 = [ps]

Paisagens Superabundantes: Texto a ser entregue contendo imagens e textos, a partir dos conceitos operativos definidos diariamente na disciplina Teoria Urbana.