Brega! Afinal o que seria? Brega é o que não nos agrada, mas como saber o que não nos agrada, se cada um tem seu gosto?! A apresentadora Regina Casé em meio a toda sua desenvoltura e estereótipo de “verdadeira mulher brasileira”, com curvas, sorriso largo e muito papo, mostra o Brasil, em um programa chamado “Central da Periferia”, mais precisamente na periferia de Belém do Pará. O Brasil da Periferia, com cultura local enraizada é exposto pela apresentadora com o discurso audiovisual regional, que muitas vezes é considerado de mau gosto e brega, pela “elite intelectual”. Mas a grande questão vai além de gostos pessoais, do que se acha bonito ou feio, chique ou brega. Aqui a representação dos subúrbios é que se faz indagar sobre o desconforto que a cultura, não legitimada pela elite, pode causar e a força e o peso que tem. Os subúrbios - sempre estereotipados com violência e pobreza, “sem cultura”, com programas de inserção, que pregam intermediar a ligação entre periferia e centro - hoje se mostram independentes para manter essa conexão, mostram que a ligação não vem do centro para a periferia e sim ao contrário, principalmente através da música. Assim como mostrado no vídeo apresentado em aula no dia 10/11/2009, os “periféricos” produzem mundos culturais paralelos. Em Belém do Pará o tecnobrega, no Rio o Funk, no Ceará o forró. Todos esses ritmos criaram e criam com grande velocidade mecanismos por meio de tecnologia, para sustentar essa cultura. Com ajuda do mercado informal, que se resume na seqüência: de voz para a produtora musical no fundo de casa (gravação de CD no próprio computador), distribuição dos CD’s para Dj’s em feiras populares, “apresentação” nas rádios populares e popularização, a cultura periférica absorve força regional – o contrário também – e cria uma economia artística informal de muito valor. Brega então se transforma, de um gosto pessoal para um ritmo com ricos valores culturais e econômicos agregados, que se dissipa através da tecnologia e da informalidade e que carrega o regionalismo acima de tudo, mostrando a periferia de verdade.
Sites
http://site.bandacalypso.com.br busca em 11/11/2009
A banda Calypso representa a cultura criada na periferia, que se expandiu pelo comércio informal e faz ligação entre periferia e centro.
http://www.brasilandiasaudade.com.br/ busca em 11/11/2009
A casa da saudade Brasilândia representa a cultura regional da periferia de Belém do Pará e seu comercio informal, assim como a tecnologia para sustentar esse veículo de massa.
http://www.cult.ufba.br busca em 16/11/2009
O site acima foi indicado, pois apresenta um artigo de Diego Gouveia Moreira expondo como diz seu título “Periferia na Rede Globo: O Gosto dos Outros”, onde o autor desenrola a inserção da cultural periférica na transmissora e aplica o vídeo “Central da Periferia” como objeto de estudo.
http://www.favelaeissoai.com.br/ busca em 16/11/2009
O site foi indicado, pois representa a conexão com o “centro”, criada na periferia, para mostrar sua cultura e seu ponto de vista, assim como o ritmo tecnobrega, porém ao invés de música se utiliza rede.
http://www.forrobrega.com.br/ busca em 16/11/2009
O site foi indicado, pois se assemelha à Casa da Saudade Brasilândia no Pará, onde os eternos sucessos são relembrados.
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