Férias, lazer, fuga do trabalho e da rotina, estes são termos comuns e valorizados na vida das pessoas atualmente. Muitos encontram esse refúgio dentro da própria cidade, por outro lado, de acordo com o texto “A Mercadoria Verde: A Natureza” de Paola Verri de Santana, há pessoas que procurem o campo em busca de tranqüilidade e de uma “paisagem natural intocada”. Isso ocorre porque o crescente processo de urbanização e industrialização, deu origem a uma crise ambiental, sustentada pela escassez dos recursos naturais anteriormente abundantes. Com isso, surgiu uma valorização do contraste com a vida cotidiana, numa espécie de fuga do repetitivo ao encontro de uma natureza com as características naturais preservadas, o oposto do meio onde o turista vive. O ecoturismo mostra a natureza como uma raridade, um bem precioso que deve ser preservado, e com isso, ela ganha valor de troca, sendo inserida no circuito econômico e transformada em mercadoria com o objetivo de gerar capital. Tal ação é impulsionada por dois interessados, os adeptos ao discurso ecológico e ambientalista, que defendem a preservação da natureza, e ao discurso empresarial verde, que visa o lucro e se interessam em elevar ao máximo o numero de turistas, o que leva a uma degradação da qualidade ecológica tanto almejada. Tal ato capitalista reforça as desigualdades sociais, pois quando um bem natural que deveria ser de uso comum a todos deixa de ser livre para se tornar privado, essas disparidades são reforçadas, e a natureza que passa a ser privada, entra no circuito de mercadoria. Quando estes recursos naturais eram abundantes, nada disso se fazia necessário, mas nos dias atuais, é provável que produzam um espaço para a simples percepção do ecoturista. As pessoas que saem das cidades em busca da natureza intacta, vão para esses lugares, mas não vivenciam de fato seus recursos e o modo de apropriação intrínseco e completamente distante do seu modo de viver, o que acontece é uma transferência do modo de vida do meio urbano para o rural. Os ecoturistas não experimentam com veracidade o modo de vida do campo, e os registros, as fotografias verdes que levam de suas viagens são apenas imagens, cenários, apenas um registro do lugar onde estiveram para ser lembrado mais tarde, enquanto a vivência, a experiência, o real valor de estar ali, são colocados em segundo plano. Nos safáris fotográficos, por exemplo, que consistem em uma dissimulação de uma caça, o turista aprende a encontrar o alvo, e simplesmente dispara sua máquina, e leva para casa uma lembrança, ele se apropria do animal através da propriedade de uma fotografia. “A experiência no real mostra uma ausência, que é encoberta com imagens reproduzidas permitindo a suposição de uma presença”.
Sites
www.ambientebrasil.com.br
www.ecoturismo.org.br
www.ciaecoturismo.com.br
www.tvecoturimo.com.br
www.venturas.com.br
www.inteligenciaecologica.blogspot.com
www.buracodasararasecoturismo.blogspot.com
www.bonitopantanal.blogspot.com
www.blogpantanalfazendasanfrancisco.blogspot.com
www.wwf.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário